A farra do INSS foi revelada pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito PF e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23/4 e que culminou nas demissões do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Como a reportagem apurou, as entidades da farra dos descontos atuaram nos dois governos, marcados pelo aumento do número de associações agraciadas com acordos com o INSS que permitiam a cobrança de mensalidade direto da folha de pagamento dos aposentados.
No governo de Bolsonaro, o INSS foi loteado pelo Centrão e foram abertas as portas para entidades suspeitas. Enquanto que na gestão Lula, mais associações firmaram acordo e o faturamento com descontos de mensalidade disparou.
Ambos os governos receberam alertas de fraude e chegaram até a reabilitar entidades que já haviam sido expulsas pelo INSS. No caso da gestão Lula, foram ignorados alertas de auditorias durante todo o período que precedeu a Operação Sem Desconto, deflagrada pela PF.
Metrópoles